domingo, 1 de março de 2009

Vamos a Canavallear!

O carnaval no Istemo das Américas é a festa mais aguardada de ano. Esqueçam o Ano Novo, ou até mesmo o Natal...aqui a valer festeja-se: "LOS CARNAVALLES!"

Então como é que isto funciona? Para começar o país fecha para Carnaval na quinta-feira antes do Carnaval, e só recomeça depois do "Enterro da Sardina" (é como chamam ao enterro do Entrudo). Nessa quinta-feira as pessoas evadem-se para o interiror do país e é aí que fazem a "rumba". A rumba deserrola-se segundo as seguinte variáveis: música (o mia spossível, nomeadamente salsa, regaton, e claro samba), rua, água e, como não podeira deixar de ser, muita cerveja. Mas isto de ir pa rua todo o dia dançar é como a guerra do Raul Solnado, também tem horários. Então por volta do meio dia as pessoas saem de casa artelhadas com as suas arcas térmicas, carregadas de gelo e cerveja, e dirigem-se para uma das ruas onde os camiões cisterna esperam por começar jorrar água e as gabines de som ou baterias de escolas de samba se vão pondo a postos. Depois, fecha a rumba por volta das 5, o pessoal volta para casa e descança até às 22h, que é quando as pessoas voltam todas para a rua para mais "molhadeira", música, carros de carnaval e muita comida e bebida.
E, assim, é a Rumba no Panamá, durante os 5 dias de Carnaval. Mas e como é que foi comigo...na verdade foi basicamente o mesmo.

Como já vos tinha falado a Pilar convidou-me para ir com ela e com uns amigos para Chitré, mas a verdade é que acabamos por ir para Penonomé, que ao que parece é ainda mais típico. Então lá fomos nós no Domingo de Carnaval (porque o pessoal aqui trabalha ao sábado) a caminho de Penonomé.

Quando lá chegamos deparo-me com uma terrinha cheia de gente (sob certo prisma fez-me lembrar Agosto das terrinhas portuguesas...) música, e claro, "mojadera" e cerveja.Depois de quase atropelar dois ou três, chegamos à casa onde ficámos hospedados. A casa era da tia do Daniel, o namorado da Pilar, de seu nome Dona Sofia, mostrou-se uma anfitriã perfeita.

A Dona Sofia vive numa casa tipicamente pamenha, uma casa de piso térreo com um quintal maravilhosamente bem cuidado onde debaixo de um telheiro se pode passar uma óptima tarde, balouçando numa rede embalada por uma brisa fresca de verão. Como se isto não fosse suficiente, exite ainda uma pequena piscina onde nos podemos refrescar sempre que queiramos. A casa fica na Calle Chiquita, perto do rio que passa pela cidade.

Mas fazer juz a uma festa como aquela é díficil, vou dar o meu melhor.

Vou começar pela coisa que mais me ficou an memória: os amigos. Sobre a Pilar já vos falei, mas não falei sobre o Basílio. O Basílio é o irmão da Pilar, chefe de cozinha de profissão num dos elegantes restaurantes da via España que agora me escapa o nome... mas acreditem se é na Via España é elegante. O Basílio é sempre na boa, na realidade ele é um cidadão do mundo que vive no Panamá. Sempre bem disposto, muito divertido mas livre. Tão livre que no segundo dia já tinha ido de autocarro para outra cidade, só porque lhe apeteceu...Muito fixe o Basílio.

O Daniel, que como vos disse é o namorado da Pilar. Um "muchacho" do mais impecável que há! Extremamente divertido e cómico, e foi quem me disse o que mais me tocou desde que cá estou: "La unica cosa que se queda es la amistad y la tuya ya se quedo". (A única coisa que fica é a amizade, e a tua já ficou.)......

Agora sim!! Chegou a hora de falar da minha experiência com a rumba. Em duas palavras: foi espectacular!!! Molhei-me, dancei, ri, diverti-me e...sim bebi as minhas cervejas e os meus smirnoff...é verdade, ninguém é perfeito!!!

Já agora, para além da amizade do Daniel, do carnaval sobram ainda as costas e o nariz a pelar do escaldão que apanhei e uma constipação. Mas valeu tudo a pena!!

Mas o meu carnaval foi mais, foi uma experiência cultural enorme. Em primeiro lugar, Penonomé é espectacular como exemplo da vida no Panamá, ou seja, ali cultiva-se a filosofia do "Ahorita ya voy.", isto pode querer dizer daqui a cinco minutos ou uma semana. Agora descobram....porque eu não consegui...e tirem as vossas conclusões...

E só por curiosidade, é em Penonomé que fica o centro geográfico do País. E,eu tive lá!!

Por outro lado, foi durante este Carnaval que comi verdadeira comida Panamenha.
O pequeno almoço é algo merecedor de destaque. O mais típico e comum é comer carne de vaca guisada e tortilha de milho acompanhado de "arroz com piña", que por sinal é uma das bebidas mais saborosas que já bebi.
Para além disso, o macarrão com carne e banana-pão é outras das refeições mais comuns para almoço. Mas há mais comida, existe o chouriço assado que se vende em qualquer carrinho ambulante, o platano firto (platano é uma especie de banana-pão), a carne de vaca grelhada com chilli, e muitas outras eguarias que se pode comer, e que fizeram do meu carnaval tão culturalmente rico....
Mas o interessante mesmo são os sítios onde se vende este tipo de coisas. Esse lugares chamam-se: Fondas. As fondas são o que em Portugal se chamariam de tascas, mas que para os panamenhos são os restaurantes que têm a comida mais apreciada. Na realidade, elas são muito concorridas, a comida é de facto saborosa, mas eu preferi nem saber onde nem como é feita. Limitei-me a comer....

Sim o meu carnaval foi memorável, mas há um pequeno detalhe que se passou na nossa viagem de regresso que creio ser uma autentica pérola. Fomos mandados parar pela polícia porque alegadamente íamos em excesso de velocidade. Bem depois de ter estado a encher chouriço o polícia calou-se ficou ali com o Daniel um pouco mais retirados.
Foi então que o Daniel de forma muito discreta saca de uma nota de UM dolar. O polícia olhou para a nota, o Daniel deu-lha, e o polícia devoldeu-lhe os documentos e mandou seguir. Sim o Daniel suburnou um Polícia com UM DOLAR...!!!!

E chegamos a casa na quarta-feira, cansados é verdade mas muito contentes por termos tido um Carnaval tão memorável.

Obrigado por tudo

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