terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Obrigado Ano Velho vs Feliz Ano Novo

Tenho que agradecer e pedir desculpa a todos por este ano.
Foi tudo fantástico, surreal e magnífico. Talvez não tenha sido grandioso, mas foi sem dúvida um ano atípico.

Realizei projectos, passei muitos obstáculos e consegui chegar a lugares onde nunca pensei ir, fossem eles físicos ou simplesmente estados de alma.

Enfim, fiz e aconteci. Foi tema de conversa e outros tanto gerei. Foi um bom ano.

Mas não o teria sido sem o apoio incondicíonável dos que me rodeiam, dos que de uma ou de outra maniera me foram empurrando e dando força. A todos eles obrigado por tudo e desculpem lá qualquer coisinha.

(Espero que relativizem o que estou a escrever, afinal até o Facebook diz que tenho tendência para a melancolia)

E a verdade é aquela e mais nenhuma. Obrigado por estarem sempre lá, pela impotância, ainda que momentânea, deixou um cunho na minha memória. E afinal como diria a nossa Rainha Mariana Vitória de Bourbon: "hão-de passar 100 anos pela minha memória" para que os detalhes se apaguem pois os acontecimentos, esses nunca. Esse vão lá ficar sempre.

Obrigado por tudo amigos.

Contudo, nos últimos tempos valores mais altos se têm levantado pelo que a minha atenção para convosco tem sido cada vez menos constante. Mas, a lembrança não. Essa está sempre lá. Lembro-me de todos e de cada um, a cada dia. Lembro-me de vocês para além do tempo. Para além da morte.

É, então, devido a esta profunda gratidão que lhes escrevo. Não apenas hoje, mas sempre.

E agradeço a todos as mensagens a convidar para um café, os telefonemas de horas para o outro lado do mar, as inumeras alterações de agendas provocadas pela minha vida demasiado atribulada; em resumo agradeço a disponibilidade constante para me ouvirem, fazerem companhia...enfim aturarem-me.

Assim, e no final, quero simplesmente desejar um bom ano novo cuja  fartura seja pelo menos o dobro da daquele que acaba. Vençam na vida!

Obrigado por tudo

domingo, 13 de dezembro de 2009

Frases grandes e pontuação desordenada.

Olá,

Afinal isto não morreu de todo. Havia meses que por aqui não passava, mas hoje simplesmente apeteceu-me escrever. E tal como disse havia meses que aqui não vinha portanto acho que vou tentar escrever algo que seja minimamente interessante mas não termine sendo um pseudo-ensaio, que não mais viria a ser que um ensaio melancólico.

Ocorreu-me neste instante e preciso momento que há uma coisa que me têm dito que é capaz de vir a ser verdade: que escrevo mal porque não sei utilizar a pontuação. Estão provavelmente correctos. Não se notou já?

Mas voltando aquilo que tenta ser uma pseudo-tentativa de reanimação disto, até porque o ano está acabar e eu não queria que este blog fosse nenhuma das seguintes coisas: um diário inerte de uma experiência já passada, uma amalgama de desabafos e pseudo-ensaios melancólios (para os quais tenho uma inclinação que é, de resto, notória), nem uma obrigatoriedade que de uma forma ou de outra se torna quase um gerador de stress como se tivesse numa redação de revista auto-incutida.

Enquanto escrevia o parágrafo anterior, ocorreu-me outra coisa qualquer mas já não me lembro o que era. Este fenómeno de me andar sempre a ocorrer coisas deve dar razão ao meu professor de IDES no 12º ano, quando este me chamou ideota. Segundo ele,  é por ter muitas ideias.
Entretanto, perdi-me. AH! Vim aqui escrever hoje, não porque alguma coisa de extraordinária se tenha passado mas simplesmente porque me apeteceu falar com alguém,  e como os pequenos-almoços sociais passaram de moda ou, então, eu é que sou madrugador; decidi que iria escrever alguma coisa sobre outra qualquer coisa no meu blog. E esta frase está tão grande que nem sequer eu a percebo bem...

E a esta altura, já se estarão todos a perguntar se eu não terei mesmo um trauma com a pontuação. Pois, se calhar estou a cria-lo. Mas, deixei-me que vos diga que vocês também não têm muito que fazer, para terem continuado a gastar o vosso tempo com um texto debitado à pressão por um tipo que como pensa tão depressa, os dedos trocam-se nas teclas e algumas palavras acabam por nunca serem escritas. (é caso para dizer que são palavras que nunca vos direi).

Comecei a trabalhar no passado dia 2 de Dezembro, dei os parabéns à Cibellis (não sei se a própria conseguirá algum dia saber a quem me refiro, mas este foi o seu primeiro nick dos tempos do MIRC, com net a 124kbs), fiz anos no dia 10  e assinalei o dia com uns amigos e um bolo que mandei fazer numa pastelaria que fica perto do escritório.

Olhem para este Post, parece que entrei em transe (transe é com Z ou com S? Não sei, nunca escrevi isso antes, e também não me apetece ir ver) depois de ter sido possuído por um demónio qualquer, que deve de ser parente da Margarida Rebelo Pinto. (escrevo cada vez mais rápido..mas o que é que vem a ser isto).
Sabem que mais, não me interessa. Já fui acusado de tanta coisa, que receber o rótulo de escritor medíocre que dá erros ortográficos aos montes e que escreve frases grandes, sem pontuação correcta e possuído por um demónio parente da Margarida Rebelo Pinto, não me importa minimamente.

Depois deste acesso de loucura ("ousso dizer, mas bendita esta loucura" como diria a Mariza). o que estava a dizer eu? já me perdi outravez? Chegou a altura de dizer uma coisa: peço desculpa por todo o tipo de erros que aparecerem neste post, mas não vou reler nem corrigir senão irá perder o significado. Pelo menos para mim.

Fui interrompido por uma subita janela que está para ali a piscar. É aBalkys! (No Panamá são 6 da manhã, deve de ter chegado agora, ou então levantou-se cedo.) Estamos a falar de todo e de nada, na realidade acho que estamos os dois a matar tempo. Não faz mal.

Este "não faz mal" fez-me lembrar uma coisa que me passou que vos parecerá ridículo, mas me marcou muito. Uma coisa banal. (ainda bem que escrevi banal, é uma palavra frequente no acontecimento que me ocorreu. Não utilizei já ocorreu hoje?)

A janela está a piscar. Já cá venho. (nos entretantos ousso na minha mente a voz da Raquel a dizer: aquilo não se percebe nada. porque não se distingue o que é texto ou pensamento própiro. Ou então há dizer algo semelhante a isto, ou então nem nunca há-de aqui vir ler nada.) Janela a piscar.

Já foi dormir. Para quem se perdeu, estava a falar com a Balkys.

Há mais ou menos 4 parágrafos atrás ( que em unidade temporal não faço ideia quanto seja, mas não deve de ser muito), apresente-vos um pequeno resumo da minha vida. Escapou-me pelo meio aquilo a que há três parágrafos vos apresentei como "coisa que me marcou muito".

"Há palavras que nos beijam"
Alexandre O'neill escreveu este verso num dos seus poemas. E tal como um livro, um filme ou simplesmente algo Banal que nos beija, também a mim houve uma coisa que mudou a minha forma de olhar para determinado tipo de coisas.
Esa coisa chama-se: O ano do pensamento mágico, de Joan Didion.

Apetece-me falar disto.

"O ano do pensamento mágico" (não gosto de pôr as aspas, parece que dá um distânciamento ao título que eu preferia que não existisse) de Joan Didion é um livro que foi posteriormente adaptado para o teatro e que actualmente está em cena no Teatro Nacional Dona Maria II. Antes de mais, dizer que é um monólogo interpretado por Eunice Muñoz que só por si já tranforma até um post como este que não vale a ponta de um chavelho (o júri dos ídolos andanva sempre a dizer isto), numa obra prima da arte dramática.

De volta ao "O ano do pensamento mágico" (a propóstio, comprei logo o livro depois de ter ido ao teatro), não é mais que o relato de uma mulher que se sentou à mesa para jantar e que vê a sua vida como a conhece terminar. Na verdade o seu marido perdeu a vida num acidente coronário súbito à mesa de jantar naquilo que poderia ter sido um  dia Banal (para a autora a existência da palavra banal é muito polémica, pois segundo ela tudo começa por ser um dia banal até ao momento em que o deixa de ser). O dia poderia ter sido Banal, mas não o fora. Não só porque o seu marido perdeu a vida de forma súbita mas porque a sua filha se encontrava hospitalizada com um choque séptico, e que viria a falecer pouco depois do pai.

(Parece mentira, mas eu até ir ao teatro ver uma peça que celebra os 80 anos de carreira da grande Eunice Muñoz, não sabia o que era um choque séptico. Agora já sei: O choque séptico é uma doença na qual, como resultado da septicemia, a tensão arterial baixa a um nível tal que pode pôr a vida em perigo. By Manual da Merck)

E então, pronto. O livro é o relato dessa mulher que se senta à mesa para jantar e perda a vida que tinah até então. É apaixonante, e efectivamente sábio. Creio que aprendi muito ir ao teatro naquela noite de 21 de Novembro (acabo de fazer um esforço de memória terrível para saber o dia exacto de quando fui ao teatro).

Já não escrevo tão depressa, nem me sinto invadido por um demónio aparentado com a Margarida Rebelo Pinto. Mas não me apetece parar.

Creio que aprendi muito com o texto da Joan Didion porque O Ano do Pensamento Mágico para ela foram os dias que passaram entre a morte da filha até ao dia em que assinalou o primeiro ano após a sua morte. (não teria sido mais fácil explicar isto dizendo simplesmente que foi o ano que se seguiu à morta da filha??)
Foi nesse espaço de tempo que segundo a autora teve de saber lidar com situação e que quando chegou a altura de assinalar o primeiro aniversário da perda da sua família, ela teve que encerrar o seu ano de pensamento mágico.

Sei que mudou a forma como vejo as coisa, mas não sei como explicar muito bem por palavras como. (Já deram conta , não já?)
 Não interessa. Vou voltar à minha veia de Light, para ver se dou um fim a este post. Afinal já lá vão duas horas e tanto a escrever. Xiça! Estou a ficar bom nisto!! Ou não.

Há não sei quantos parágrafos atrás, e há mais tempo ainda, fiz um pequeno resumo da minha vida no últimos tempos. É verdade. Já comecei a trabalhar e estou a gosta. Trabalho na ActOne. Ainda não temos site mas vamos ter e faço estudos de mercado para o sector farmacêutico.

As frase estão mais curtas, creio que é porque de um momento para o outro as ideias estão a sair-me de forma menos fluída. Talvez seja hora de parar e voltar mais tarde ou depois.

Sim, talvez seja a hora de parar.

Entretanto já voltei a ler isto. Que grande salada de palavras mal ordenadas, naquilo que supostamente seriam frases. Que de resto, são sempre longas, ou mal pontuadas. Se calhar falta-me jeito para isto!!

Sim, está na hora de ir, mas faltou-me um pormenor. Lembram.-se do "deixa estar" que vos falei à pouco, pois bem é uma das frases que Joan Didion diz que empregamos frquentemente, mas que nunca cumprimos. No sentido em que nunca "deixamos estar" alguma coisa, ou seja, acabamos sempre por nos preocupar.

Gostava de ter dado outro finala outro blog, mas não sei o que idzer mais, as ideias foram-se. Estou a sentir uma espécie de sentimento parecido ao de uma criança que se fartou do brinquedo.

Bem se houve alguém que consegui ler isto até ao fim. Muito obrigado.
Mas não tiveram mesmo mais nada para fazer???

É melhor ir andando. Façam perguntas, sempre tenho assunto.

Obrigado por tudo

sábado, 8 de agosto de 2009

Estou de volta....

Hoje fui ao supermercado para comprar algo que faltava para a sopa e encontrei uma pessoa que não estando sempre presente, tem sempre uma palavra um quê de poeta a dizer.

Falo-vos do Banalidades (pseudónimo virtual). Com uma contribuição discreta e sublime, Banalidades nunca perdeu a oportunidade de escrever uma ou outra linha para me encorajar.

Conforme disse tropessámos um no outro hoje, à porta de supermercado e Ele disse-me: "Devias de por no Blog que já chegaste, para que as pessoas te possam congratular."

Pois bem, aqui está: Já Cheguei!

Vou regressar? Não.

Tenho saudades? Muitas.

Se fiz amigos? Sim, e daqueles como dizia o Cesário Verde "para a vida e para a morte".

Se foi bom? Excelente.

E agora? Agora há que retomar tudo o que é bom de guardar, deitar fora o que não presta e esperar pela reentré do próximo ano, onde novos projectos aparecerão. Espero eu.

Embora, tenha adorado ter estado fora, creio que regressei num bom momento porque é bom rever e refazer coisas tão banais como comer bacalhau com todos a boiar em azeite, ou ouvir o nosso nome na rua quando nos cruzamos com algum conhecido.
Ou simplesmente dar um beijinho de boa a noite à minha mãe depois de mais um dia riscado no calendário.

E pronto, Obrigado a Todos por Tudo.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

E agora o futuro chegou ao fim.....

Hoje é o meu último dia no Bial. Não vou negar, as lásgrimas teimam em saltar, mas eu não as deixo pois as vendas até hoje têm que crescer....Não!!


Foi bom, foi muito bom trabalhar nesta casa. Mas tal como quando saí de Portugal, a única certeza que tinha era que regressaria no dia 19 de Julho. Pelo que hoje dia 17, será provavelmente a última vez que vos escrevo do Panamá. Panamá?!? não foi esta a palavra mais presente na minha nos último 6 meses...e que agora se escapa por entre um check-in de avião que teima em aproximar-se.


E, eu sei que deveria estar a fazer um balanço todo animado, mas a emoção não mo permite. E tal como aprendi no Panamá, pela boca de Zinia Balkys English, "as coisas ou se fazem já, ou já não se fazem."


Portanto decidi aproveitar para dizer o que me vai na alma, porque depois não seria espontâneo, não seria verdadeiro, não seria eu...seria "uma racionalização de mim mesmo" (by Fernando Pessoa).


Assim que, a minha estadia aqui foi demasiadamente boa para ser verdade, principalmente a nível profissional. Não interessa se não fico no Bial, mas sim o que levo guardade na gaveta da memória. Bolas! os olhos molham-se!



E na minha memória vai para sempre ficar um grande obrigado, e um até já a esta terra de gente quente e coração na boca...Sim hão passar muitos séculos pela minha memória para conseguir esquecer o Panamá!


Não vou mentir, quero rever as pessoas que estimo...a minha mãe (há-de sempre ser a mior e mais bonita pessoa do mundo), a minha irmã Filipinha (houve um dia em que lhe chamei Pipocas, o que foi feito desse tempo?), o meu pai (temos uma estranha forma de amar, mas o sangue falará mais alto!), e tantos outros...a Raquel (oh! miúda que saudades...), Madalena ( o meu grilinho falante...), Candeias (a "Amiga para a vida e para a morte"), Xexas (porque há pessoas que não se esquecem), o Pedro (porque ha pessoas como eu que continuam a dar murros em ponta de faca, para ver se faço dele alguém)... entre outros.

E há mais coisas das quais tenho saudades: pasteis de nata numa pastelaria, calçada portuguesa, etc...

Já estou mais contralado. Melhor!!!

Não me ocorre nada mais para escrever...com a excepção do seguinte: sair do Panamá é uma emoção...se é boa ou má não sei....

Mas fica a pergunta...e agora? será que o verso vai continuar em branco?

Obrigado por tudo

sábado, 4 de julho de 2009

Fuerte sismo sacude a Panamá

"Un sismo con una fuerte magnitud de 6,0 grados sacudió la madrugada del sábado la capital panameña, causando que la gente saliera atemorizada a las calles, aunque las autoridades informaron que de momento no se puede establecer si hubo daños o víctimas."

"El Servicio Geológico de Estados Unidos señaló que el movimiento telúrico se registró a las 01:49 de la madrugada (0649 GMT) a una profundidad de 43 kilómetros y epicentro en El Porvenir, 95 kilómetros al noroeste de la capital panameña."Se ha sentido muy fuerte", dijo a RPC radio el director del Sistema Nacional de Protección Civil (SINAPROC), Arturo Alvarado. "No tenemos todavía reportes de afectaciones".

Tive uma noite emocionante, mas assustadora...


Obrigado por tudo

P.S.: Este é o primeiro post da curta história deste blog na língua de Cervantes.

P.S.2: 15 days to go...

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Para não dizerem que não escrevo nada...

A pedido de várias famílias foi-me dito que há muito tempo que não actualizo a minha "espera pelo futuro", portanto decidi tirar este bocadinho e publicar aquilo que já deveria ter sido publicado na VisãoContacto mas que por uma ou outra razão ainda não o fizeram...

Dizem as directivas que os artigos por nós escritos para a AICEP devem de ser isentos e concentrarem-se nas oportunidades do mercado em que estamos, e blábláblá...


Mas sobre isso toda a gente escreve. Portanto, eu decidi escrever sobre a forma como eu vejo o Panamá, e saiu isto...abri com o seguinte título:

"O Istmo de cabo-a-rabo"

Queridos amigos, caros colegas, estimados conhecidos, pessoas em comum,

Ir do Atlântico ao Pacífico significa para a maioria de nós ir de um lado ao outro do Mundo. Pois bem, tenho a dizer que a AICEP fez-me descobrir que para aproximadamente 3 milhões de pessoas, fazer tal coisa significa pegar no carro e conduzir ao longo de pouco mais de 80km de estrada.

Isto pode não parecer grande coisa, mas se repararmos bem, vamos ver que nesta terra entre as duas Américas e dois Oceanos estão concentradas heranças e influências de todos os cantos do globo.

A esta coexistência pacífica de raças, costumes e culturas, eu resolvi chamar de "Panameño way of life". Suponho que se estejam a interrogar porque razão é que decidi misturar dois idiomas numa expressão tão curta. A razão é simples.
O modo de vida desta gente lutadora e “de coração na boca” é baseado na diversificidade da sua cultura. Se por um lado herdaram do colonialismo espanhol a língua, a alegria, a hospitalidade e a sua espiritualidade; por outro lado, herdaram das décadas de domínio económico norte-americano o capitalismo, a comida, os carros, as casas, etc. Em poucas palavras: de Espanha veio a parte intangível do seu estilo de vida, e dos Estados Unidos da América ficou a parte mundana do dia-a-dia. Assim, não é de estranhar que a meio de uma conversa apareça uma ou outra palavra da língua de Sua Majestade, como o propósito de sinónimo para um termo que seria demasiado corriqueiro na língua de Cervantes.

Aqui, o choque de estarmos num país diferente começa no momento em que se abre a porta do avião: o calor. Nos primeiros dias desesperante e asfixiante, nos restantes banal e de importância relativa...tornando 30ºC de temperatura ambiente um elemnto comum do quotidiano.

Num país onde o relevo dificulta a comunicação terrestre e o excesso de precipitação a torna ainda mais difícil, é normal que se possa encontrar lugares tão remotos cuja existência no nosso intelecto se devia, somente, ao cenário de uma produção cinematográfica baseada na história de um qualquer protagonista de aventuras.

Por outro lado, se da cidade a imagem que fica na nossa mente é a de um skyline que desafia a engenharia civil, onde as torres de betão e vidro parecem disputar entre si o título de “a mais alta”; do norte fica a imagem de um verde vivo e de montanhas que se perpetuam no tempo. Já o sul, emana vento húmido da floresta tropical e a letargia derivada da possibilidade de poder passar o dia numa pequena ilha rodeada de um azul que começa por ser celeste, mas que o horizonte vai convertendo em sarifa.

E as gentes deste lugar? Bem, essas vêm de todo o lado..da China vieram aqueles que carregados de um empreendedorismo singular acabaram por dominar o pequeno comércio de rua. Do Caribe chegam diariamente os que possuindo somente a força dos braços lutam de de sol-a-sol por uma vida melhor. Com o mesmo objectivo há aqueles que deixaram para trás o hemisfério sul. Do norte, mais a norte que o México, chegam os que já contribuíram para o desenvolvimento do seu país e procuram o murmúrio de um mar de olhar quase langue ao entardecer. Outros ainda recém-chegados da Europa e da Ásia são transportados por táxis e por detrás dos seus vidros fumados observam atentamente as oportunidades de negócio, como quem contempla uma jóia em bruto, por laminar. Finalmente, há ainda, aqueles que apesar da diferente fisiologia têm em comum o facto de terem como Pátria a República do Panamá.

Deste modo, o Panamá parecce-me, a mim, um país marcado pela diferença que sem ter a necessidade de estar tipificado corre constantemente atrás de uma identidade própria. No entanto, quando chegamos ao final voltamos ao ínicio pois essa identidade derivará de uma amalgama de pessoas, raças, costumes, crenças, culturas e hábitos.

É por todo isto e muito mais que eu recomendo vivamente virem até ao Panamá.
Eu vim. E gostei."

Obrigado por tudo

terça-feira, 19 de maio de 2009

O prometido é devido

Conforme tinha prometido, aqui estão alugmas fotos da minha viagem à Costa Rica e a Bocas del Toro.
Começo pelo lugar onde dormi em San josé


Parece-vos bem?? A mim também me pareceu.
A fotografia que se segue é a fachada o Teatro Nacional de San José, tal como a fachada, o interior(a sala de espectáculos e de recepção) é verdadeiramente belo.


O vulcão de Írazu, é um lugar intrigante....

A Praça da Catedral de San José, outro lugar de interesse daquela cidade.

E aqui está a própria da Catedral Metropolitana de San josé.

Entre a foto anterior e a que vem passou-se uma noite e uma viagem de 4 horas de autocarro. Mas aqui está a praia de Porto Viejo, teoricamente uma das melhores praias do Caribe. Eu tinha que lá ir quando chuvia...pois!

E cheguei à fronteira!! A ponte entre a Costa Rica e o Panamá! Para ser franco, a somar ao facto de ser a fronteira, foi um desafio ao medo das alturas....

A foto seguinte mostra a próxima paragem na minha viagem: Almirante, o porto onde apanhei a lancha para Bocas del Toro.


E, cheguei finalmente a Bocas del Toro, aqui estão algumas fotos da cidade.


O hotel Cayo Zapatilla foi, então, a minha residência durante a minha curta estadia em Bocas del Toro.
Mas como Bocas é famosa pelos vários lugares de interesse que rodeiam a ilha principal, aqui estão alguns:
1. A entrada da lagoa dos Golfinhos
2. A lagoa das Rãs vermelhas. Garanto que são uns bichinhos muito simpáticos...

3. O meu lugar preferido de toda a região de Bocas, a praia das estrelas.


4. O último lugar de todos, o aeroporto: o mais pequeno que já vi.

5. Deveria de ser o sítio número 3, mas como não tenho máquina fotográfica à prova de água, aqui estão umas fotos do ar do recife de coral, onde tive a oportunidade fazer mergulho.



Até à próxima Bocas...
Obrigado por tudo

terça-feira, 12 de maio de 2009

Tem que sair do País!

Era dia 23 de Abril quando, finalmente, soube respota do serviço de emigração do Panamá sobre o meu pedido de extenção do visto. A resposta foi curta e um tanto frustante, mas tal como se costuma dizer: o que não nos mata, torna-nos mais fortes.
"Tem que sair do país", esta foi a resposta que me deram. Curta, assertiva e acima de tudo desafiante.
Faltavam 6 dias para o meu visto caducar, e tinha passado um mês desde que começara a juntar a "papelada" necessária para pedir o meu visto, e agora isto...que frustação...e faltavam 6 dias...
Olhei para o calendário, teria que sair no dia 29, uma quarta-feira - Bolas! Não dava jeito nenhum, além de ser a meio da semana(se bem que sexta-feira, dia 1 de Maio era feriado), era final do mês, ou seja, tinha que sair na altura em que temos mais trabalho, por ser fim do mês! Bolas!
Mas tudo acabou por funcionar. Primeiro tive que pedir ao Bial a quinta-feira, coisa que não demoraram nem um dia a aceitar. E pronto estava feito ía ter um fim de semana de 4 dias! Wee!
Ora bem e para onde vou agora?? Boa pergunta. A primeira coisa que me veio à cabeça foi ir até Monterrey onde a minha irmã está neste momento, mas infelizmente para ela não lhe dava jeito porque tinha um teste na segunda-feira seguinte. Uma pena, embora compreenda perfeitamente, "valores mais altos se levantam."
Então para onde ir? Ocorreu-me, depois de pensar um pouco no assunto que a Costa Rica seria uma rica ideia, pois.... Melhor! Que tal ir até San José(capital costarriquenha) e vir de autocarro até ao Panamá, entrar pela fronteira de Sixaola-Guabito, e visitar a provincía do Panamá que mais aparece nos guias turísticos: Bocas del Toro (e de facto é algo que eu considero um "must to go", mas lá chegarei).
E já só faltavam 4 dias, tinha ainda que organizar tudo. Como diria o Fernando Pessoa, em versão adaptada, acerquei-me da secretária e comecei a pesquisar trinta-e-tal coisas afio. Onde ficar? Como chegar? (Esta era facíl e sem grandes hipóteses de escolha, teria que sair no dia 29 de Abril no avião que saísse mais tarde para San José.) Como ir de San José para Bocas de Toro? (A concretização da resposta a esta pergunta converteu-se numa autêntica aventura, atrevo-me mesmo a dizer que no final tratou-se de um desafio à minha "zona-de-conforto")Onde ficar em Bocas del Toro? Como voltar para a Cidade do Panamá?
Em poucas palavras, tinha que começar a fazer checks na lista o quanto antes. E assim foi.
Às 6 da tarde do dia 25 de Abril (sábado), já tinha avião para San José, estadia la, sabia como tinha que fazer para chegar a Sixaola e atravessar a fronteira .
Quando digo atravessar a fronteira, é literalemtne atravessar, ou seja, a pé! Pois, isto para quem está habituado a andar sempre de avião e nem precisar de Passaporte na maioria das vezes, é algo raro! Ter que estar na fila para sair do país, atravessar uma ponte a pé, e valha-me Jesus, José, Maria e todas a s figuirinhas do presépio, porque aquela ponte é do pior! Para depois voltar a estar na fila para poder entrar no outo país...é algo que não estava nos planos recentes!
Mas voltando à organização da viagem, como estava a dizer, Sábado à noite já tinha o meu plano de viagem traçado. Sabia inclusivé o que fazer, visitar e a onde ir em cada lugar. (Porreiro pá!)
Devo dizer que toda esta eficiência se deveu a mim, mas também à pressão do tempo, e a uma não tão grande assim mas eficiente rede de contatos que tenho aqui por estas bandas, e claro ao "Lonly Planet Book for Central America" (as coisas que esta gente inventa!! mas úteis, muito úteis!)
E, chegou o dia: 29 de Abril; e cá vou eu para mais uma aventura!
Ora como já estávamos na "era H1N1" quando cheguei a San José, no aeroporto só faltou dizerem-me: "a sala de operações fica naquela direcção, vamos abri-lo ao meio de imediato". Sim, porque em San José os funcionários não estavam de máscara, estavam vestidos dos pés à cabeça com roupas de médico.
AH! Tinha-me esquecido, mas consegui inclusivé arranjar através de portas e travessas um serviço de transfer do aeroporto para o hostel, que me saiu uma pexincha. Assim, quando saí do aeroporto (saí mesmo, por em San José não há àrea de chegadas, vai tudo para a rua), lá estava um casal todo simpático com um letreiro a dizer VIEIRA na mão, e outro igual no táxi que o senhor possui. Fixolas, não?!
Bem, os dois dias passados em San José foram espectaculares! O hostel era impecável (a não ser as duas baratonas que vi no último dia na casa de banho...mas como já estava mesmo de saída, vou continuar a dizer que era um bom lugar para ficar...whatever..), e a cidade pareceu-me mais acolhedora que, a frenética, Cidade do Panamá. É na verdade, é uma cidade mais ao estilo europeu, as lojas são lojas e não armazéns, existem passeios e até passadeiras, e ainda semaferos para peões (upa, upa!!). Sim, San José pareceu-me muito bem para América Central. O centro conta com um teatro que é uma réplica do de Milão, embora mais pequeno; uma catedral bastante bonita que preserva uma arquitectura colonial interessante, praças e outros pontos de interesse. Daí do centro pode-se apanhar um autocarro até a um dos vários vulcões da Costa Rica. Eu fui a Irazú, em três palavras: valeu a pena. É um lugar muito interessante, e faz frio! Já nem me lembrava do frio! Essa é outra coisa boa na Costa Rica, o clima é mais ameno que é como quem diz, não é um forno como o Panamá.
Estavamos a 30 de Abril, e eu queria vir para Bocas no dia 1 de Maio, portanto havia ainda que comprar o bilhete de autocarro até à fronteira de Sixaola. Quando lá cheguei recebi outra notícia interessante: "só temos lugar para ir de pé, a menos que queira ir noutro mais tarde." QUE?? Ir de pé, 6 horas de autocarro!! Não dá! Mas se não apanhasse aquele não chegaria a Bocas a tempo, porque depois de Sixaola, tinha que atravessar a fronteira, apanhar outro autocarro até ao porto de Almirante e daí uma lancha até Bocas del Toro. Sim, Bocas del Toro fica na Ilha de Colón, a maior do aqrquipélago de Bocas del Toro.
Ok, que venha então o bilhete para ir de pé. Bem no final das contas até tive sorte, porque consegui ficar sentado nos degraus da porta traseira do autocarro. (Nada mal para o que me tinham apresentado no dia anterior.) A viagem passou-se bem, e acabei por passar por sítios bastante bonitos, desde atravessar a cordelheira central da Costa Rica que é uma autêntica floresta virgem tropical, até seguir rente às praias da costa do Caribe, tudo se passou realtivamente bem; na verdade tudo aquilo se estava a converter num desafio aos meus limites. Eu que só estava acostumado a viajar até então de avião e com táxi até ao hotel...
Chego à fronteira, um lugar estranho metido nos confins do mundo. Olho para o outro lado do rio e quase que tive a sensação de estar a chegar casa.
Havia fila para atravessar a fronteira, e também para entrar no Panamá do outro lado da ponte. Isso valeu-me 3 horas de espera no total, para obter aquilo que tinha sido a razão principal da minha viagem: o novo e válido visto.
Mas a viagem continuou, depois da referida ponte que não é grande mas também não é grande coisa, de ter apanhado o autocarro para Almirante e a lancha para Bocas del Toro, econtrei-me finalmente no Hotel Cayo Zapatilla. Um lugar recomendado pela Balkys, o sufciente para duas noites.
Bocas del Toro é maravilhoso, mas houve um senão: chuvia. Porém, isso não impediu que fizesse uma visita de barco por todos os pontos turísticos da zona. Eramos sete para uma visita programada para 12, mas como chuvia ninguém se atreveu a sair. Confesso que me senti um pouco frustado no ínicio. Bocas é conhecida pelas praias paradisíacas, pelo ambiente caribenho...eu estava lá e chuvia! Mas a verdade é que acabou por ser muito merecedor do esforço, a meio do dia o céu abriu e o sol voltou e o que já era bonito, mais bonito ficou. As praias, essas, são de facto lindas e de água transparente, a vila é pitoresca e mantém um carisma particular, nomeadamente no que respeita à arquitectura. Sim, Bocas del Toro é merecedora do título de uma das melhores extâncias de balenhares do mundo.
Antes que me esqueça, Bocas del Toro adquiriu este nome devido a uma rocha que fica no meio do mar que ao que parece tem a forma de um touro de boca aberta. Eu bem que olhei para a rocha mas de boi vi pouco ou nada. Efim..deve ser mal de mim...
Infelizmente a hora de regressar chegou no dia seguinte. O avião saía do aeroporto mais pequeno que alguma vez vi, onde só existia uma banca de check-in e onde a pista era usada para a práctica de desportos quando não havia voos. É verdade, no final da pista fica o campo de futebol da cidade, com bancadas e tudo.
E voltei finalmente ao Panamá, depois de uma hora de voo, que se converteu em duas e meia por causa do mau tempo que fazia na cidade, e que nos obrigou a andar às voltas no ar até nos darem premissão de aterragem. A viagem foi péssima, o avião era ruidoso e não muito recente...mas não houve turbulência., o pior mesmo era o ruído que os moteres a hélice faziam.
O texto já está longo e eu estou a rezar para que o sinal manhoso que apanho da casa do vizinho me deixe publicar esta mensagem. Portanto, prometo que assim que possa hão-de aparecer por aqui umas fotos que possam complementar a descrição deste meu fim de semana tão emocionante que resultou da emigração do Panamá me ter posto na rua.
Obrigado por tudo.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Páscoa diferente

É sabido que a mais pequenina da família (a nossa Filipinha) veio até ao Panamá, para passar a Páscoa e passear um bocadinho também.

Mas, antes de começar a despejar o nome dos lugares onde fomos, queria dizer que me senti muito feliz por teres vindo, Filipa. Houve um bocadinho dos Vieira que veio contigo, da nossa casa, da nossa rua, dos nossos amigos, de Portugal, e isso é bom...porque como diria a Mariza: "isto de andar lá por fora é giro, mas o bom, mesmo bom, é saber que as pessoas da nossa rua sabem o nosso nome quando voltamos para casa." Obrigado por teres vindo!

E passeámos muito! Fomos a uma série de lugares...

1. Começamos pela Avenida Central, seguimos até ao Casco Viejo e chegámos até aqui: a ponta da "La Praza de Francia" (Se prestarem atenção ao fundo está a Ponte das Américas, a única de onde se pode chegar até ao Alasca sem nunca ter que mudar de direcção)



2. "Panamá, la Vieja", as famosas ruínas da antiga cidade do Panamá destruída no Séc XVII, também la estivémos!





3. AS "Esclusas de Miraflores", que são nada mais nada menos que a entrada oriental do Canal do Panamá. Uma paragem obrigatória para que visita as terras do Istmo das Américas.





E, não poderia acabar este post sem falar daquilo que viria a ser o exlíbris da nossa aventura da descoberta do Panamá: a Comarca do Kuna Yala.

Os Kuna Yala são um povo que vive na costa do Atlântico do Panamá, governam de forma autonoma as 365 ilhas que foram o arquípelago de San Blas. Vivem de uma economia local e de subsistência e, acutalmente, também do turismo. Contudo, conservam as suas raízes e o seu modo de vida, em San blas ainda não há hoteis, resorts, ou até mesmo casas de banhos...bem há uma espécie...!

(sem comentários....)

Na verdade San Blas é um lugar único...indescritível, surreal...e desculpem o estrageirismo mas é: "One of a kind".


E nós estivémos lá!


Senhoras e Senhores, Dams e Cavalheiros apresento-vos o lugar mais remoto e extraordinário onde já estive: San Blas


Chegar lá é uma aventura, podem acreditar, a estrada é uma autêntica montanha russa para carros, melhor para Jeeps porque é impossível lá chegar de outra forma...(como se diz no Panamá: "boco aventura!"), mas é no alto dessa estrada pelos confins do mundo que se pode admirar toda "La Codillera".

(e pelo meio depois aparece este lindo rio, que temos que atrevessar...para que saibam, não há pontes...)

Chegamos ao final da estrada e é isto que vemos...água, e mais mato....



E depois, esperamos, até que venha um barquito, mais ou menos como este e nos leve...sabe Deus para onde....




E finalmente uma ilha!! Com Cabanas de Índios!

(Não, este ainda não é o lugar onde ficámos)






Foi como este!!! A Iha Perro Grande, onde não há nada à execpção de Coqueiros e três cabanas.



Aqui está, a nossa suite presidencial!! (Claro, para mim é sempre a suite presidencial!)




Aqui está a prova que o Panamá é o país a onde se pode passar o dia numa ilha com uma única palmeira...



É com a imagem seguinte que mais identifico San Blas...a praia, o coqueiro, o mar...a tranquilidade




E aqui estamos nós já na despedia deste paraíaso na Terra!! De mochila às costas e sorriso na cara!


A minha Páscoa foi assim..diferente...mas, acima de tudo, memorável....




Obrigado por tudo

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Taboga

Conforme tinha prometido, apesar de tarde, aqui estão algumas fotos da Ilha de Taboga, também chamada de Ilha das Flores (apesar de eu não ter visto assim tantas...mas "Tá Bem").







Foi em nesta pequenas mas bonita ilha de Taboga que terá nascido Santa Rosa Lima, padroreira das Américas e a primeira pessoa a se canonizada deste lado do Oceano.


E, pornto não há muito mais a dizer sobre Taboga, e como uma imagem vale mais que muitas palavras aqui está uma imagem que resume o estilo de vida naquele lugarzinho no Pacífico...




Obrigado por tudo

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Vamos a El Valle! Ou não....

Na semana passada decidimos (Eu e a Balkis), enquanto estávamos numa reunião de amigos na casa do Eduardo (outro amigo), que íamos passar o fim de semana em El Valle, que é uma cidadezinha que fica dentro de um vulcão desactivado.

Bem, mas havia vários pontos a considerar:
1.Quem vai?
Naquele momento era somente eu e a Balkis...mas assim que participamos ao pessoal, houve logo mais dois aceitantes. Fixe!

2. Como lá chegamos??
Aqui surgiu um monte de indecisões: "o meu carro é velho", "eu não gosto de conduzir..", etc...na realidade ninguém sabia como lá chegar, quando eu dou a ideia chave: "Alugamos um carro!"
A ideia foi aceite por unanimidade. Fixe, outra vez!

Comecei em então a convencer-me que iria finalmente sair da cidade do Panamá e conhecer um bocadinho mais deste país. Estava tudo perfeitamente delineado: saímos sábado as 12h da Cidade, uma vez que havia uma rapariga trabalhava sábado; entretanto, sábado de manhã alugávamos o carro, passávamos a buscá-la e saímos para El Valle; acampávamos num parque de campismo que a Balkys já conhece, íamos à Índia Dormida, à cascata do LLoro del Macho, estavamos de regresso a Cidade no Domingo por volta da hora de jantar.

E, sábado amanhece...Levanto-me todo excitado por ir passear, a Balkys chega e lá vamos nós alugar o nosso popi!

Chegamos à agência. surge a pergunta: "Quantos anos tem??
22, porque?(FATAL!)
Porque somente alugamos veículos a pessoas com mais de 23.
E se for a minha amiga?
Bem se for a sua amiga terá de ser com o cartão de crédito dela...e blablabla"

Ok, Balkys saca do cartão de crédiro! E de novo outra deixa fatal:
"Não está autorizado!",

Bem fomos ao banco para depositar dinheiro na conta da Balkys e somos informados que levava 48horas a ficar disponível! (Welcome to Panamá)

Ponto de situação: eu não podia alugar o carro porque não tinha idade, a Balkys tinha idade mas não tinha dinheiro...moral da história: não podíamos ir a EL Valle.Como estávamos demasiado chateados para fazer o que quer que fosse, fomos afogar as nossas mágoas num almoço diferente: Mcdonalds! (que emocionante.....), enquanto nos esquecíamos que os nossos planos saíram furados, alguém fez a pergunta que pairava no ar: "Que vamos fazer? e o nosso fim de semana?"

"Podemos ver um filme em minha casa" (waw que emoção...boa ideia Tozé... mas foi o que fizemos)

Depois de dois filmes e de ter assaltado a cozinha uma resma de vezes, estava eu a folhear o guia do Panamá e faço a seguinte declaração: "Gostava de ir à Ilha de Taboga." Passou uns segundos,e houve um silêncio generalizado que fazia parecer que ninguém me tinha ouvido. Até que a Balkys se levante e diz toda animada: "Taboga, Boa ideia! Vamos lá amanhã!" (AHN?? foi só uma sugestão...mas também)

E sabem que mais...fomos mesmo e foi muito agradável...O nosso fim de semana que estava prestes a tornar-se a coisa mais aborrecida do mundo, acabou por ser um dia muito animado na Ilha de Taboga, que fica a 40min de ferry.

By the way, em Taboga há 3 coisas: praia, comida e bebida....
Obrigado por tudo

sábado, 14 de março de 2009

Era uma vez uma menina...

No dia segundo do signo de Touro quatro anos depois da Revolução dos Cravos, nasceu em Lisboa uma menina. Cresceu em Santiago do Cacém no Alentejo, com o passar do tempo aquela menina de cara alegre e de expressão serena, porém com a coragem e presistência do seu signo, tornou-se uma mulher forte e lutadora.

Essa força de vencer vem de um interior rico em sentimentos e princípios, e acima de tudo de uma sensibilidade minuciosa que lhe confere um carácter único. Decidiu fazer uso dessa capacidade de ultrapassar obstáculos e ingressou na Marinha de Guerra Portuguesa em 1998. Desde esse ano a vida tem-lhe pregado muitas partidas, mas nunca, nem por um instante, se atreveu a pará-la ou a tirar-lhe o sucesso profissional e pessoal. Não seria possível...

Agora essa menina alegre que se tornou uma mulher forte, prepara-se para mais uma aventura. Está de partida, tal como um dia o seu povo o fizera, vai para o NOVO MUNDO, descobrir novas gentes e lugares, vai crescer ainda mais e dar de comer à fome de vitórias com mais um desafio.

Esta menina chama-se Ana Margarida, e é minha irmã.

Aquele Abraço Guidinha

Obrigado por tudo

quarta-feira, 11 de março de 2009

Uma história de vida para contar no futuro...

No sábado passado recebi um email de um Couchsuffer a pedir acolhimento para esse mesmo dia e até hoje quarta feira. Nunca tal me tinha passado e então fiquei no meio entre aceitar e não aceitar o pedido. Acabei por aceitar e ainda bem...

Já vos falei do Jéremy Marie, e também já vos disse que já lhe aconteceram coisas do arco-da-velha. Mas o que ainda não vos disse foi que ele anda há 18 meses a viajar somente pedindo boleias, com o objectivo de provar que é possível encontrar boas pessoas capazes de nos ajudar sem pedir nada em troca. E para o Jéremy nada é mais eloquente que dar boleia a um desconhecido.

Saiu de França em Outubro de 2007, e já fez todos os Balcãs, Médio Oriente e África. Quando chegou à Cidade do Cabo, pediu uma boleia a um barco e pronto veio parar ao Panamá. (fácil!!)
Agora que está na América, prevê que fique por cá dois anos até conseguir ir a todos os lugares que quer. E depois, nada mais lógico que voltar a pedir uma bolei a um barco outra vez, desta vez para a Austrália! (fácil!) E daí recomeçar a sua viagem em direcção à Ásia e, depois sim, regressar à Europa. Tudo isto está a pensar fazê-lo em 3 ou 4 anos mais.

Se houve coisa que me impressionou no Jéremy, foi o quão bem preparado está, o seu nível de planeamento vai até ao mais pequeno detalhe de toda a sua viagem. Tem um orçamento de $7 diários, e cada vez que lhe perguntam se consegue comer e ainda arranjar um sítio para dormir, ele responde: "comida barata há em todo o lado, e lugar para dormir também". Como se isto não fosse suficiente, carrega consigo somente uma mochila. (Sim, eu sei, estão a pensar que o homem é uma mochila andante...enganam-se...a sua mochila é pouco maior que uma mochila de escola normal. Na verdade acho já tive mochilas de escola com aquele tamanho.)Nela cabem somente roupa para uma semana, dois pares de ténis, uma bolsa com bens de uso pessoal e carregador de telemóvel.

Desde dormir na beira de uma estrada em África, até ser empregado de mesa num ferry do Nilo (para não ter que pagar o transporte), ao Jéremy já lhe passou de tudo. Acreditem que ouvi-lo falar é algo de extraordinário e pode converter-se numa coisa muito inspiradora. Já várias vezes foi convidado por rádios e televisões locais para ir falar sobre a sua viagem, já foi retido pela polícia...já, já, já...sobre o Jéremy há muitos "jás"!


O seu projecto chama-se "Un Coup de Pouce autor du Monde" (a mão ao redor do mundo), e está disponível em http://www.lembas.ovh.org/.


Tal como o Jéremy costuma dizer, está a criar a sua "história de vida para a contar no futuro". Boa sorte Jerémy!!


Obrigado por tudo

CoushSurfing

Como já vos falei agora faço parte da rede Couchsurfing. Para os nosso padrões de vida, a ideia de ter um estranho a dormir em nossa casa pode parecer uma atitude inconsequente. De facto, e a até certo ponto, é!
No entanto, a rede CSurfing tem como fundamento um sistema de referências mutuas que confere às pessoas que acolhemos ou que nos acolhem um nível de credibilidade maior. Todavia, não deixa de ser uma coisa um tanto ao quanto diferente para nós. Para mim ao princípio pareceu-me uma autentica "maluquice", alguma vez na minha vida eu pensei em por a dormir em minha casa um estranho...só porque havia uma rede de referências e blábláblá, é que nem pensar!!!

Pois é meus amigos, o Panamá mudou-me de tal maneira que até por estranhos a dormir em casa eu já fiz! E sinceramente foi uma experiência interessante. Creio que tive sorte pois toda a gente que conheci da rede CSurfing era 5 estrelas. Na verdade, só uma pessoa é que ficou a dormir em minha casa e passámos uns dias muito agradáveis sob vários pontos de vista.

Em primeiro lugar, e sob um ponto de vista mais quotidiano, quando chegava a casa sempre tinha alguém com quem falar e, sempre nos ríamos um bocado.
Em segundo lugar a sua experiência de vida é de tal maneira vasta que nunca me cansei de ouvir as suas histórias. E já lhe aconteceram coisas do "arco da velha".
E em terceiro lugar, sempre é algo diferente, principalmente a companhia ao domingo. De facto, é bom ter companhia ao domingo quando estamos longe de Casa.
É provável que existam um quarto e um quinto lugar, e por aí a fora, mas de momento não me recordo.

O meu primeiro hospede chama-se Jéremy Marie.

Obrigado por tudo

sexta-feira, 6 de março de 2009

Cidade Perdida

Em 15 de Agosto de 1519 por ordem de Carlos V, Rei de Espanha pela Graça de Deus e Imperador do Sacro Império Romano, etc, etc, etc... é fundada aquela que seria a primeira cidade na costa do Oceano Pacífico sob uma coroa Europeia.

Lugar pouco rico em recursos naturais mas estratégico para as trocas comerciais, não foram precisos muitos anos para que a cidade se torna-se um entreposto mercantil da maior importância. Poucos anos depois da sua fundação, a cidade possuía infraestruturas como uma universidade, um hospital, vários conventos e edifícios religiosos, donde a Catedral da Virgem da Assunção se destacava como edifício maior da cidade. Entre outros títulos e distinções, no inicio do séc XVII a cidade recebe a denominação de Capital das Colónias e Territórios das Américas.

Apesar de fustiga por inumeros saques e pilhagens ao longo dos anos, a cidade continuava a ser uma fonte de riqueza para aqueles que dela dependiam e para o Império. Porém, em 1670, o pirata Henry Morgan planeia atacar a cidade e, sabendo que o saque era inevitável, o então governador Don Juan Peréz Guzmán ordena a população para que saía da cidade e manda impludir todas as reservas de pólvora existentes destruindo-a por completo.

Daquela cidade destruída durante a sua época de ouro sobram somente as ruínas de alguns edifícios e a torre da catedral. Em 1997 recebeu a sua última distinção, a de Património Mundial desta vez por parte da UNESCO.

A História e o povo chamaram-lhe "Panamá La Vieja".


Obrigado por tudo.

terça-feira, 3 de março de 2009

Panamá Viejo (Fotos)

Aqui algumas fotografias desse lugar perdido no tempo, e que o própiro tempo não nos permittiu disfrutar tanto quando merece devido ao excesso de pluviosidade.

Para além de viajar no tempo, Panamá Viejo também serviu para que tivesse mais uma experiência Couchsurfing, nesse dia saí um a Alejandra da Colombia e com Johanna daqui do Panamá, foi divertido mas poderia ter sido mais se não tivesse sido o excesso de pluviosidade.




Gosto especialemnte da foto abaixo..."O séc XIX visto pela janela do tempo"



Obrigado por tudo